INSS liberou quase 34,5 mil descontos não autorizados por aposentados ’em lote’ para CONTAG 6q1c70
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desbloqueou, em um único ato, descontos não autorizados nas folhas de pagamento de quase 34,5 mil aposentados.
O desbloqueio “em lote” foi feito em favor da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura), em outubro de 2023. A informação consta em um dos relatórios que baseou a operação da última semana contra fraudes nesse tipo de desconto.
Segundo auditoria interna do próprio INSS, a entidade fez várias solicitações anteriores ao instituto para desbloquear o “lote” de descontos – e reclamou da demora no atendimento da demanda.
A auditoria do INSS diz, no entanto, que apenas 213 aposentados desse lote tinham, de fato, assinado requerimentos autorizando a operação.
Ou seja: de uma vez, o INSS autorizou a Contag a descontar mensalidades de 34.487 aposentados que não haviam assinado nada – 98,3% dos 35.058 incluídos no lote.
O simples fato de não haver s autorizando esses descontos, em si, já é uma irregularidade. Ainda que os beneficiários tivessem o desejo de contribuir com essas entidades, o regulamento prevê que haja uma autorização expressa.
No documento, a auditoria interna recomenda que o INSS cesse o desbloqueio em lote das s.
Considerando todas as entidades associativas que descontam mensalidades de aposentados e pensionistas do INSS – as 11 citadas pela PF e as demais –, os números são:
- 2023: R$ 1,64 bilhão descontado
- 2024: R$ 3,39 bilhões descontados (alta de 106,1%);
- 2025 (janeiro a março): R$ 906,19 milhões.
Considerando apenas o primeiro trimestre de 2024 – ano de maior recolhimento até aqui –, as entidades descontaram R$ 776,44 milhões das aposentadorias e pensões.
Os descontos no mesmo período deste ano foram 14,31% maiores.
Após a operação da Polícia Federal na última semana, o governo interrompeu todos os descontos até o fim das investigações.
Os números se referem ao desconto total nas folhas do INSS – tanto os autorizados quanto os não autorizados. Até esta segunda-feira (28), os órgãos de investigação ainda não sabiam dizer qual o tamanho da fraude.
Fonte G1