Engenho Reinaldo Roesch: A memória viva de um ícone da indústria cachoeirense y4r1c
O sociólogo e cronista Jeferson Francisco Selbach apresenta o segundo episódio da série “Cachoeira do Sul: patrimônio cultural”. Após retratar o Templo Martim Lutero, o novo capítulo mergulha na história do tradicional Engenho Brasil, fundado por Reinaldo Roesch.
O vídeo destaca o edifício situado na esquina das ruas Comendador Fontoura e Marechal Deodoro, contando sua trajetória desde a fundação em 26 de maio de 1921. Roesch estabeleceu a empresa em sociedade com Alfredo Papay, Reinaldo Treptow e Edwino Schneider. Ao longo dos anos, o Engenho Brasil se consolidou como o maior engenho de arroz da América Latina, com capacidade de armazenar 40 mil sacos e processar até 800 sacos por dia.
Devido ao sucesso no setor orizícola e em outras áreas agropecuárias, Reinaldo Roesch recebeu o apelido de “Barão do Arroz”. O primeiro depósito da empresa foi instalado na Rua da Aldeia, próximo à antiga Maxambomba, fundamental para o transporte de arroz pelo Rio Jacuí. Em 1928, um novo armazém foi construído ao lado da ferrovia, em frente à antiga Fundição Treptow, pertencente a um de seus sócios.
Na madrugada de 24 de fevereiro de 1961, um incêndio de grande magnitude destruiu a estrutura interna do engenho, que contava com três andares. No entanto, a reconstrução foi rápida, e as atividades de beneficiamento foram retomadas. A história da empresa chegou ao fim em fevereiro de 1989, após 68 anos de operação. Desde então, o prédio ou a ser utilizado por outras iniciativas comerciais.
Além de empresário, Reinaldo Roesch teve papel de destaque na vida pública de Cachoeira do Sul. Participou da Associação Comercial, integrou o conselho do Hospital de Caridade e Beneficência, ajudou a fundar o aeroclube da cidade e foi prefeito nomeado entre 1938 e 1940. Como deputado estadual pelo PSD (1947–1951), trabalhou pelo calçamento da Rua Júlio de Castilhos e defendeu a navegabilidade do Rio Jacuí e o fortalecimento da lavoura orizícola gaúcha.
Apesar de várias propostas ao longo das décadas, a revitalização da área do antigo engenho ainda não se concretizou. Em 2019, o arquiteto Matheus Luiz Rosa foi premiado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil/RS com um projeto voltado para a recuperação do espaço. Enquanto o futuro permanece incerto, a memória do apito do Engenho Roesch segue viva no imaginário de uma cidade que já foi referência nacional na produção de arroz.
Este episódio foi realizado com o apoio da TSA Projetos Elétricos e Solares, do Portal OCorreio, da Rádio Fandango e da Universidade Federal do Pampa. Estão em produção os próximos episódios da série, que abordarão o Chateau d’Eau, o Paço Municipal e as Igrejas Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio.